Após greves, fila do INSS cresce 53% em SP e ultrapassa 217 mil pessoas
27/11/2024
(Foto: Reprodução) Entre junho e setembro, subiu o número de segurados aguardando perícia médica e análise de documentos. INSS diz que greve teve pouco impacto e atribui aumento à alta nos pedidos. Aplicativo "Meu INSS"
Reprodução/TV Globo
O número de pessoas aguardando a análise de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no estado de São Paulo chegou a 217.615 em setembro deste ano, de acordo com dados do Portal da Transparência do Ministério da Previdência Social.
A maior parte dos benefícios em estoque depende de um retorno do INSS, como perícia médica ou análise de documentos, que tem que ser feita por um servidor. Há ainda 48 mil benefícios em exigência com o segurado, ou seja, casos em que há alguma pendência a ser enviada pelo próprio cidadão ao Instituto.
Em setembro, a fila estava 53% maior que em junho, mês que antecedeu duas greves nacionais no INSS: a de servidores e a de peritos médicos.
📈 FILA DO INSS EM SP:
junho/2024: 141.891
julho/2024: 177.079
agosto/2024: 225.890
setembro/2024: 217.615
No dia 10 de julho, servidores do INSS que fazem a análise administrativa — ou seja, que verificam documentos e concedem aposentadorias, pensões e auxílios — começaram em uma greve que durou mais de dois meses.
👉 O INSS considerou a paralisação encerrada em 26 de setembro, quando dois sindicatos que representam a categoria assinaram o acordo do fim da greve. No entanto, a Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) ainda não assinou o acordo e, por esse motivo, alguns servidores seguem em greve até hoje.
Além disso, os peritos médicos do Instituto também estão há quase 100 dias em greve — iniciada em 20 de agosto.
No período entre as duas greves, tanto a fila de pessoas aguardando análise de documentos quanto a fila dos que aguardam perícia médica cresceram.
Com o aumento da demanda, subiu também o tempo médio para concessão de benefícios no estado. O auxílio-acidente, por exemplo, levava, em média, 109 dias para ser concedido em junho. Em setembro, o tempo de espera do cidadão saltou para 161 dias.
O mesmo aconteceu com a aposentadoria por tempo de contribuição, que levava 62 dias para ser analisada e, hoje, leva 104. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação pela Globonews.
O que diz o INSS
No entanto, o INSS afirmou, por meio de nota, que a greve de servidores e de médicos teve um pequeno impacto no estoque, e que o crescimento da fila tem outras razões, como o aumento do número de solicitações de benefícios e a entrada dos requerimentos do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Apesar de ser do Ministério de Desenvolvimento Social, o benefício é operacionalizado pelo INSS. O BPC é pago a idosos com mais de 65 anos ou pessoas com deficiência de qualquer idade, desde que comprovem baixa renda.
Os dados da fila do INSS não eram atualizados desde junho deste ano no Portal da Transparência do Ministério da Previdência Social, que costuma atualizar o quantitativo mensalmente. Os números referentes aos meses de julho, agosto e setembro foram publicados na plataforma somente na semana passada.
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